Dia "D" da Leitura
As crianças gostam muito de ouvir histórias e no dia 23 de abril resolvemos contar uma história bem legal: "O Pavão Abre e Fecha" da Ana Maria Machado. Leiam e vejam as atividades propostas:
O PAVÃO ABRE E FECHA (Ana Maria Machado)
- Sou feio?... Sou bonito?
Quando via a cauda aberta em
leque, toda verde, roxa e azul-brilhante, se achava lindo e elegante. Mas
quando olhava para os pés e seu andar desajeitado, ficava até desanimado. E se
escondia envergonhado.
Um dia, ele recebeu um convite
para uma festa no céu. Abriu e perguntou:
Sempre que precisava ter uma
opinião, ficava assim.
- Claro que é bom – disse o pombo-correio.
- Festa é sempre bom!
E ele achou que era bom. Abriu
a cauda e ficou se admirando. Depois, ensaiou uns passos de dança. E ouviu as
gargalhadas de um beija-flor dançarino que, bem ao seu lado, treinava para a
festança.
- Que bicho mais desajeitado! Este
baile vai ser engraçado!
Ficou todo sem graça e se
fechou. Aí chegou um pardal e assim falou:
- É que eu danço esquisito...
- E quem vai reparar nisso num
bicho tão bonito?
E o pavão, elogiado, abriu a
cauda com pena pra todo lado. Mas, de mau jeito, acabou perdendo uma, lá no
canto direito. Foi uma tristeza danada. E lá ficou de novo, todo encolhido, de
cara amarrada.
- Por que todo esse
aborrecimento? – Perguntou o periquito, que passava nesse
momento.
- Perdi uma pena e isso é ruim.
- Ruim uma ova. É sinal de que
vai ganhar outra bem nova.
Com isso, o pavão se animou e
abriu seu leque. Aí chegou o bem-te-vi e riu muito engraçado:
- Olha o pavão de rabo
banguela!
Já se sabe: o pavão encolheu a
cauda, tratou de sumir com ela. E ficou assim a tarde toda, abrindo e fechando,
abrindo e fechando, mudando de idéia com cada bicho que ia encontrando.
No fim do dia estava suado,
cansado, de língua de fora, exausto de abrir e fechar a toda hora. Resolveu:
não ia mais. Mas também não ficava ali para todo mundo rir dele. Viu uma moita
e se escondeu atrás. Aí ouviu uma conversa do outro lado:
- Nem agüento mais esperar o
baile. Que festança vai ser!
- É mesmo! Comida boa, água
fresquinha, muitos amigos e música à beça...
O pavão foi até lá, ver quem
tinha tanta animação. Não era pássaro colorido, nem dançarino, nem de boa
canção. Era um casal de urubus. Foi a vez do pavão rir
deles, abrindo suas penas verdes e azuis.
- Vocês não se envergonham?
Feios assim e cheirando ruim? Quando vocês dançarem, todo mundo vai sair.
Vai nada... - respondeu o
urubu. - Todo mundo está mais ocupado, tratando de comer e beber, de cantar e
dançar, de se ver e conversar. E se alguém quiser, pode rir. Não é por isso que
vou deixar de me divertir. E a urubua completou:
- E tem mais: não tem essa de
feio e fedorento, não, ouviu? Urubu é tão bonito, da cor do jamelão e do
jaguar, da jabuticaba e da noite sem luar....
E quando o pavão abria o bico e
se espantava, ela continuou:
- Você é que é feioso, com esse
rabo escandaloso, abrindo e fechando que nem gaveta. E nem ao menos tem a cor
preta. Todo esse verde, vermelho e azul, cheio de bolinha...
Mas a última coisa que disse
foi com um sorriso manhoso e olhar dengoso:
- O que vale é que você tem uns
pés que são mesmo uma gracinha... E depois, isso de bonito ou feio é só questão
de recheio.
Aí o pavão teve que rir. E
depois que os dois saíram voando, ele ficou pensando:
- Feiúra de lixo ou beleza de
artista não depende do bicho, mas do ponto de vista. Cada um é diferente e o
que importa é mesmo a gente.
E lá foi ele animadíssimo para
uma festa bem divertida. Ainda bem. Se não, ficava naquele abre-e-fecha toda
vida.
Vamos construir o Pavão Abre e Fecha!
Pegue uma folha de oficio e na horizontal faça dobraduras
formando um leque;
Pinte cada dobrinha com uma cor diferente;
Cole o corpo do pavão no meio do leque;
Pronto! Está feito o nosso pavão abre e fecha!
Para crianças maiores, elas mesmo podem construir.
ATIVIDADE REALIZADA COM A TURMA DO INFANTIL 3
Cada criança ficou com uma peninha do pavão (desenho). Elas colaram pedacinhos coloridos de E.V.A picado. No corpo do pavão a pintura foi coletiva.