segunda-feira, 31 de agosto de 2015

“Bumba Meu Boi”

Dia 31 de agosto finalizamos o mês contando a história do “Bumba Meu Boi”. As crianças participaram bastante. Foi muito divertido!




 BUMBA  MEU  BOI

Numa fazenda de gado à beira do rio trabalhava Francisco um funcionário que cuidava dos animais e morava numa casinha simples nas terras da fazenda com sua esposa Catirina.
O casal estava muito feliz porque Catirina estava grávida de seu primeiro filho. Numa noite em que a lua prateava o pasto e eles já estavam deitados, Catirina acorda o marido:
-Chico! Chico!
-O que é mulher?
-Chico estou com desejo enorme de comer língua de boi.
-Ora Catirina, isso lá é hora de comer língua de boi! Me deixa dormir que amanhã eu pulo cedo da cama.
-Mas Chico, se eu não comer, nosso filho vai nascer com rabo de boi.
-Não entendo. Se você está com vontade de comer língua, como é que ele vai nascer com rabo?
-Se não for com rabo vai nascer com os chifres, ou com a língua de boi.
-Tá bom, tá bom! Amanhã eu vou a cidade e compro uma língua de boi.
-Amanhã não. Tem que ser agora!
-Agora?! Mas a onde eu vou achar a tal língua?
-Ache o boi, que ocê acha a língua.
- Mas os bois não são nossos - disse Francisco. 
-Francisco o fazendeiro é rico, ele tem tantos bois que nem vai notar a falta de um só.
Catirina insistiu muito e tinha um olhar comprido que dava pena, até que Francisco saiu a procura, foi até o curral, laçou o boi e levou-o para dentro da mata. Com um facão matou o coitado, cortou a língua, cozinhou e pôs fim ao desejo da mulher. Catirina comeu tanto que quase estourou. Na noite seguinte os dois resolveram fazer uma festança em seu quintal com o que sobrou do animal para comemorar a gravidez, então, chamou os vizinhos, fez uma fogueira, assou a carne, repartiu e cantou:
Canção:                                            
                  “Vou repartir o boi com o amigo meu (bis)
A parte da frente é da boa gente.
A parte de trás é pro bom rapaz.
A parte do meio é de quem não veio.
E os chifres de quem é? É de quem está em pé”.



Daí a dias, o dono da fazendo cismou de ver o rebanho: 
- Cadê o boizão, aquele que eu mais gosto? 
O feitor procurou pela fazenda inteira, não achou e deu a notícia:
- Sumiu.
- Sumiu, como?!
Um dos funcionários que tinha visto Francisco fazer a repartição, e não tinha ganhado nada, contou:
- Vi o Chico matando ele.
O fazendeiro ficou furioso, mandou o capataz pegar o Chico e amarrá-lo no curral. Catirina também ficou com o marido.
- Se eu soubesse suspirou Catirina - não te pedia língua de boi aquela noite.
- E se eu soubesse falou Francisco - não te fazia a vontade.
O fazendeiro caiu no choro e na tristeza quando mostraram para ele o que restava do boi: o esqueleto com o rabo e os chifres.
Mandou buscar o pajé da tribo de índios que morava na floresta vizinha.
O pajé chegou com ervas, os índios dançaram ao redor do boi. O boi se mexeu e deu um pum. Foi só.
-Que mal cheiro! O meu boi morreu! ... - chorava o fazendeiro. – Que será de mim?
- Manda buscar outro - sugeria o feitor - Lá no Piauí.
Ninguém entendia o sofrimento dum homem tão rico e com tantos bichos em sua fazenda.
O pajé sabendo que Francisco estava preso e que o fazendeiro pretendia mandar seus homens dar uma surra em Francisco. Disse:
-Se eu fizer o boi ressuscitar, você vai me prometer perdoar Francisco, não fazer nenhum mal e deixar ele e sua mulher Catirina ir embora de suas terras.
O fazendeiro por amor ao boi prometeu. Então o pajé acendeu um cachimbo e baforou nos restos do boi.  Assoprou três vezes. O boi viveu, saiu chifrando quem estava perto. O fazendeiro não cabia em si de tanta alegria. Pulava e abraçava a todos. Perdoou Francisco e Catirina.


Essa é uma versão da lenda do bumba-meu-boi do mundo. Mais tarde, pra ficar mais bonito, inventaram as criaturas fantásticas: o Caipora, o Bicho Folharal, o Jaraguá e a Bernúncia. E outros animais, além do boi: a Burrinha, a Ema, o Cavalo-Marinho, o Urso, o Jacaré, o Urubu e muitos outros. 

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

SÍTIO DO PICAPAU AMARELO




O mês de agosto é o mês do folclore. Durante este mês fizemos várias atividades buscando resgatar a cultura folclórica, então resolvemos apresentar o “Sítio do Picapau Amarelo” que além de seus personagens, também reúne vários seres das lendas conhecidas no Brasil.

Na tarde do dia 26/08 no pátio da creche falamos às crianças dos personagens e mitos e ao final a coordenadora do CEI Martins de Aguiar, Rilena, nos presenteou com a dança da Emilia. Foi muito legal!










                                           
 

 






                                                



Temos logo abaixo um texto sobre o personagens do Sitio do Picapau Amarelo e alguns seres mitológicos das lendas folclóricas (Fonte: google). Uma dica: Se for fazer a contação de histórias, se aproprie das informações e reconte com suas palavras, simplifique. Converse com as crianças e torne a história compreensiva e atrativa para elas. Dependendo da idade do publico ouvinte não convém repassar os detalhes mais amedrontadores dos seres das lendas. 

SITIO  DO  PICAPAU  AMARELO


Dona Benta Encerrabodes de Oliveira - É dona do Sítio do Picapau Amarelo, um lugar muito bonito, com uma casa grande, muito antiga onde tudo é muito amplo e fresco. Ela mora aí com a Nastácia e sua neta Lúcia, que todo mundo conhece como Narizinho. Pedrinho, outro neto de Dona Benta, não troca o sítio por nenhum outro lugar do mundo para passar suas férias. Nesse sítio acontecem as coisas mais incríveis.



Tia Nastácia – cuida da cozinha e da limpeza da casa. É a bondade em pessoa, sempre disposta a ajudar, também muito assustada, medrosa e supersticiosa, quando com medo, esconjura com um “cruz credo”. A melhor quituteira deste e de todos os mundos que existem. Ela cozinhou até para São Jorge, na Lua. Sem os seus quitutes, a vida no sitio não teria o mesmo sabor, mas isso quase a transformou numa vilã, quando o assunto é o porco Rabicó, salvo da panela pela Narizinho. Além de cuidar da cozinha, ela é uma faz-tudo na casa. Foi ela quem fez (costurou) a Emília e quem praticamente criou a Narizinho. É uma grande contadora de estórias, foi pela boca da tia Nastácia que muitas lendas folclóricas foram conhecidas. A turma do sítio adora ficar à noite ouvindo seus " causos e comendo rosquinha de polvilho.





Emilia - É uma boneca de pano feita pela Tia Nastácia. Era muda até que engoliu a pílula da fala inventada pelo doutor Caramujo. A partir daí, fala como uma matraca. Emília é muito independente.









Pedrinho - É um menino de 10 anos que mora com a mãe na cidade e estuda. Sua mãe se chama Antonica e é filha de Dona Benta. É primo querido de Narizinho. Ele vai para o sitio todas as férias, pois o que mais gosta no mundo é o sítio da vovó e tudo que tem lá. Adora também café com bolinhos de frigideira preparados pela tia Nastácia. É um menino corajoso e aventureiro. Não tem mesmo medo de nada. Foi o único que conseguiu pegar um Saci e conhecer os mistérios da noite na floresta.






Narizinho (Lúcia) - é neta da dona Benta e mora com ela na casa do Sítio do Picapau Amarelo. Por causa de seu nariz arrebitado todo mundo a chama de Narizinho. Tem 7 anos, é a princesinha do sítio, uma menina educada, gentil, carinhosa e inteligente. Fica muito feliz quando o Pedrinho vem de férias e os dois participam de grandes aventuras. É dona da boneca Emilia feita por tia Nastácia para presenteá-la.






Visconde de Sabugosa - Foi feito pela tia Nastacia de um sabugo de milho e dado para o Pedrinho. Foi deixado na biblioteca e gostou muito de ler, então adquiriu o hábito de estudar e pesquisar os mais variados assuntos, assim transformou-se num verdadeiro sábio. O Visconde tem um laboratório, no porão da casa. Uma de suas invenções é o pó de Pirlimpimpim que leva as crianças do sítio como num passe de mágica de um lugar para outro, numa viagem a muitas aventuras.


Tio Barnabé - Tio Barnabé é um caboclo da roça que mora em uma das propriedades do sítio e ajuda Dona Benta cuidando das mais variadas tarefas. Tio Barnabé tem uma grande afeição por Pedrinho, adora um cachimbo e é um sábio no que diz respeito aos segredos da floresta, do folclore e superstições, tanto que foi ele quem ensinou Pedrinho a prender o Saci na garrafa.





Dr. Caramujo - Grande médico, de doença entende tudo. Cura qualquer coisa com suas pílulas milagrosas, curou até a "tosse de cachorro" que atormentava a Tia Nastácia. Foi o doutor Caramujo quem deu à Emília a capacidade de falar.





Rabicó Esse porquinho salvou-se de ir pra panela e virar cozido feito por tia Nastácia, porque Narizinho brincava com ele desde pequenino, desse dia em diante, morre de medo da tia Nastácia. Recebeu esse nome porque só possuía um tiquinho de cauda. Só pensa em comer. Entrou pra turma, virou marques, participa de todas as aventuras.





Saci - Nas cidades e nas roças, todo mundo tem medo de Saci. É um negrinho de uma perna só, que usa carapuça vermelha e pita cachimbo. Muito safado adora fazer estripulias nos terreiros das fazendas e assustar as pessoas e os animais no pasto. Pedrinho, que não tem medo de nada, conseguiu caçar um com a peneira e colocá-lo na garrafa, como ensinou tio Barnabé. Mas logo devolveu a liberdade ao Saci e ficaram amigos. O Saci ensinou a Pedrinho os segredos da mata.




Cuca -  É uma horrenda bruxa que mora numa caverna escura. Tem cara de jacaré e garras nos dedos como os gaviões. Velha como o tempo, dorme uma noite a cada sete anos. Quando fica brava, dá para ouvir o seu urro de raiva a 10 léguas de distância. Um dia ela raptou e encantou a Narizinho. Pedrinho, com ajuda do Saci, conseguiu o fio de cabelo de uma Iara e quebrou o encanto.





Lobisomem - É um bicho sinistro, uma coisa horrível. Tem corpo de homem e cabeça de lobo. É grande e muito forte. Quando uma mulher tem sete filhos machos, o sétimo vira lobisomem na noite de sexta-feira. O lobisomem aparece em noite de lua cheia. Ele uiva para a lua.



Mula sem cabeça - Sai galopando a noite e todos tem medo deste monstro assustador. 







Boitatá - na língua dos índios é cobra grande de fogo. É uma aparição medonha. Tem olhos, enormes, vermelhos, brilhantes, de fogo. De noite ela enxerga tudo. De dia não enxerga nada e vive entocada, que nem coruja. Sua sina é passear pelos campos onde tem carniça de animais mortos. Ataca homens e animais, mas devora somente os olhos de suas vítimas. Todo ser vivente se apavora diante dela.


Iara – Iara era uma bela jovem, bonita e guerreira, de muita coragem, era cobiçada por uns homens, mas ela não gostava deles, então certo dia, resolveram matá-la. Ela conseguiu fugir, mas capturaram-na, levaram para a mata onde havia um rio, e a jogaram dentro, na parte mais funda. Era noite de lua cheia e neste rio havia muitos peixes, que resolveram salva-la. E conforme diz a lenda ela virou metade mulher e metade peixe, se transformando em uma linda sereia. Desde então dizem que ela aparece nos rios e atrai os homens, cantando em um som enfeitiçante, contagioso que chama a atenção deles, no qual vão a sua direção e são atraídos para o fundo da água, onde nunca mais voltam.