Obs.: História para
ser adaptada oralmente para uma linguagem acessível a compreensão das
crianças, ou seja a pessoa que vai fazer a contação se apropria da história e conta para as crianças usando suas palavras, utiliza também as gravuras para ajudar na compreensão.

Em 1915, houve uma
seca muito severa que não deixou cair uma gota de chuva no chão. Esta tornou-se
famosa, até os dias de hoje, as pessoas mais velhas falam dela. E o nordestino
sofreu muito. Viu a plantação secar, viu os animais morrerem de fome.
Então
as circunstancias fizeram tomar uma decisão difícil: sair de sua casa e viajar
pra cidade de Fortaleza em busca de trabalho para sua família não morrer
também.
Dos
animais que essa família tinha, um era especial, o bode, ele era brincalhão e
companheiro, todos gostavam muito dele, ele não vivia só no curral, tinha
acesso liberado dentro de casa e como ainda estava vivo a família decidiu
levá-lo.
Chegando
na cidade, não foi nada fácil, ficaram na casa de parente, colocaram o filho na
escola e foram atrás de trabalho.
O
bode muito danado acostumado a liberdade, não se acostumava ficar só dentro de
casa, nem só no quintal. Saía pelas ruas, passeava e depois voltava. O cheiro
dele incomodava a dona da casa. E os donos do bode, novamente tomaram uma
decisão difícil, resolveram vendê-lo, afinal eles não passavam mais muito tempo
na companhia do bode, trabalhavam o dia todo e só chegavam a noite, também o
dinheiro estava pouco, e vendendo o bode, cairia umas moedas no bolso.
Foi
aí que o homem teve uma idéia, oferecer o bode ao dono da empresa onde estava trabalhando.
Uma empresa inglesa instalada na Praia de Iracema. O bode Ioiô, muito sortudo,
conseguiu a simpatia do dono da empresa, que logo o comprou.
Então
ele passou a ser criado solto lá no pátio da empresa, e continuou livremente
passear pelas ruas. Em pouco tempo, familiarizou-se com a cidade e conquistou a
simpatia dos habitantes.
Ioiô
recebeu tal nome por conta da rota que frequentemente fazia, que parecia um
ioiô (subindo e descendo pelas ruas de Fortaleza). As leis proibiam a circulação
de animais desacompanhados pelas belas ruas da cidade ainda assim, não era
perturbado nem pelos fiscais municipais, fato devido à conquista da simpatia
popular conquistada pelo animal.
Seu
aspecto descuidado e seu cheiro característico e desagradável não impediam que
o carinho dos fortalezenses o atingisse. Ioiô fazia amizade com escritores,
artistas, políticos, cidadãos comuns e até fazia companhia nas bebedeiras dos
boêmios.

Ainda como manifestação
de profundo amor ao bode e revolta pelos desmandos e corrupções exercidos pelos
políticos da época, em 1922, os eleitores de Fortaleza elegeram o Bode Ioiô
para vereador da cidade, inclusive, com a maior votação daquela eleição. Não
foi empossado (claro!), mas sua “eleição” foi considerada na época como uma
representativa manifestação de protesto ao poder público e isso fez com que sua
fama se expandisse além das fronteiras de Fortaleza. Bem além… Pois hoje existe
uma réplica de Ioiô no museu de Hollywood.

As crianças do Infantil 3 fizeram uma colagem com a gravura do bode Ioiô.
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