À tarde do dia 19 reunimos as crianças para uma contação de história. Começamos a conversa falando dos índios, seus costumes antigos, como viviam:
Gostavam de pintar seu corpo e dançar
Moravam em ocas (casas feita de palha)
Caçavam para comer
Também colhiam frutas e plantavam
Pescavam
Faziam canoas
e nos ensinaram muitas coisas, como a tapioca, a rede, alguns artesanatos...
Depois contamos para as crianças:
A LENDA DA
MANDIOCA
O cacique soube que sua filha estava se encontrando as escondidas na floresta
com um homem branco e namorando já há algum tempo. O chefe da tribo ficou muito
furioso, pois seu maior sonho era que ela se casasse com um forte e ilustre
guerreiro da tribo.
Então ordenou que o índio guerreiro fosse falar com o homem
para mandar ele ir embora e nunca mais aparecer pela aquela floresta, nem na
tribo e principalmente perto da filha do cacique.
O homem branco sentindo-se ameaçado
obedeceu, foi embora e não voltou mais. A filha do cacique estava apaixonada
pelo homem branco, como ela nunca mais o viu ficou muito triste e decepcionada,
sofreu muito, mas o tempo foi passando e a barriga crescendo...
Depois de algumas luas, a índia deu a luz a uma linda menina.
A criança era bem diferente das características do povo da tribo. Ela tinha a
pele muito branca e delicada, olhos claros da cor do céu e os cabelos da cor de
mel. A menina parecia com seu pai. E a índia ficou feliz por aquele presente,
fruto de um inesquecível amor. Ao nascer deu-lhe o nome de Mani.
Mani crescia a cada dia. Por ser uma criança alegre, dócil,
muito inteligente e engraçada, era querida por todos da tribo, inclusive, com
seu jeitinho todo especial conquistou o amor de seu avô, o cacique.
Mani era tratada como uma joia, mas tanto cuidado não evitou
que Mani adoecesse. Já há alguns dias não se alimentava direito, comia pouco,
por mais que as índias oferecessem vários alimentos. O pajé usou todos as ervas
e chás, mas nada adiantou.
E numa manhã ensolarada sua mãe foi acordá-la e a
encontrou morta. Os índios ficaram muito tristes, fizeram uma cerimônia,
cavaram um buraco e a enterraram.
Todos os dias sua mãe ia visitar a cova de Mani e regava com
saudosas lágrimas.
Um dia, quando a mãe de Mani fora até a cova, como de
costume, percebeu que uma bela planta verde e viçosa havia nascido naquele
local. Era uma planta totalmente diferente das demais e desconhecida de todos os
índios da floresta. A mãe de Mani começou a cuidar desta plantinha com todo
carinho, regava todos os dias e a planta crescia cada vez mais, até que um dia
percebeu que a terra à sua volta apresentava rachaduras. A índia achou muito
estranho, e curiosa começou a cavar. Em lugar de sua querida filhinha encontrou
uma raíz muito grossa de casca marrom, quase da cor
dos curumins (nome que dão aos indiozinhos), arrancou uma parte da raiz e partiu, viu que dentro era
branquinha da cor de Mani.
E essa raiz
tornou-se o alimento principal de todas as tribos indígenas, com ela aprenderam
a fazer farinha, tapioca e outros alimentos gostosos. E para homenagear Mani
deram o nome a planta de MANDIOCA, que quer dizer Casa de Mani, pois a planta nasceu na cova de Mani.
E quanto a índia, mãe de
Mani, não se sabe se ela se casou com o índio guerreiro, nem se teve outros
filhos, mas cada um pode dar “asas” a imaginação para responder essas
perguntas.
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