quarta-feira, 13 de junho de 2018

Lampião e Maria Bonita



Reunimos hoje, 13 de junho, as crianças no pátio para contar uma historia bem antiga, muito conhecida em todo nordeste, a historia de Lampião e Maria Bonita. 














Maria Déa era o nome dela. Morava numa casinha com sua família, no meio de um terreiro no sertão quente nordestino. 


De manhã bem cedinho, sua mãe gostava de acordar a filha assim:



“Acorda Maria Bonita, 
levanta o dia já raiou,
as andorinhas estão fazendo ninho,
Maria Bonita 
no seu bangalô”.



Falo pra vocês agora de Virgulino Ferreira da Silva, homem valente, para uns, comparado aquele personagem chamado Robin Hood, pois roubava comerciantes e fazendeiros ricos, e distribuía parte do dinheiro com os mais pobres. Para outros, ele era um perverso bandidão. Era um cangaceiro, que chefiava um bando. Muito temido, provocava alvoroço nas pessoas, pois se ouviam várias histórias ao seu respeito.
Recebeu o apelido de Lampião, por ser comparado com um desses que era usado antigamente, na época que não havia energia elétrica. Virgulino era esperto, grande estrategista militar, se mantinha atento, “aceso”, observando tudo que se passava ao seu redor. Tinha muito fogo, era rápido no gatilho, mirava, quando atirava clareava o cano do rifle e sempre acertava o alvo. Saía vencedor nas lutas, atacava de surpresa e depois fugia para esconderijos no meio da mata, onde acampavam por vários dias até o próximo ataque. No bando chamavam Lampião de capitão.
Certa vez, Lampião e seu grupo fez uma visita a casa da família de Maria Dea, pois ele era antigo conhecido da família.
Quando o capitão Lampião chegou à casa de Maria Dea, ela se engraçou por ele. E Lampião também se engraçou por Maria.
Foi amor à primeira vista, paixão forte, igual a eles. Ele reparou nela, achou-a tão bonita que logo decidiu que a partir daquele momento se chamaria Maria Bonita. E Maria Bonita merecia mesmo o apelido que recebera, pois era mulher vaidosa, “perfumosa”, gostava muito de se arrumar, também era brava, corajosa e destemida.



Era época de São João, fizeram uma festa, com barraquinha de comidas típicas, tinha canjica, aluá, pé de moleque, pamonha, cocada, mugunzá, bolo, milho...




















A animação foi ao som da zabumba, do pandeiro, do triangulo, da viola e da sanfona. Teve casamento junino e dança de quadrilha.




Lampião dançou com Maria Bonita as músicas de Luis Gonzaga, um sanfoneiro muito famoso, até hoje conhecido como “Rei do Baião”:





“Olha pro céu meu amor
Vê como ele está lindo
olha praquele balão multicor
que lá no céu vai subindo.”




Teve forró, xaxado e baião e todo bando se divertiu até o raiar do dia.


Não teve outro jeito, a paixão foi tão grande que Maria Bonita deixou tudo e foi viver com Lampião. 

Passou a fazer parte do bando e se vestir com as mesmas indumentárias do grupo. E lá no acampamento do bando, agora era Lampião que cantava, de manhã cedo para acordar Maria Bonita:

“Acorda Maria Bonita, levanta vai fazer o café,
que o dia já vem raiando e a policia já está de pé”.

3 comentários:

  1. Parabéns . Ficou lindo. Ah se toda a educação brasileira fosse feita de profissionais como vc. Admiro seu profissionalismo.

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