Nesse mês de agosto trabalhamos com as crianças o Folclore brasileiro: lendas, tipos regionais, cantigas, trabalhinhos... e no dia 22 de agosto contamos a lenda do "Casamento da Raposa". Fiz uma plataforma de isopor encapada com TNT verde para espetar os fantoches de palito. Também utilizei brinquedinhos de animais selvagens para compor o cenário da historinha.
Vocês já viram aquele lindo
fenômeno da natureza? Sol e chuva ao mesmo tempo.
Vez
por outra, quando dá de chover com o sol no céu, diz um dos contos do folclore
brasileiro ser o “casamento da raposa”. Querem conhecer a história? Vou contar
agora pra vocês:
No meio da floresta morava uma raposa que há muito tempo era viúva e já estava cansada de viver sozinha, sem um companheiro para passear, conversar e brincar, então decidiu arranjar um noivo. E dona raposa teve sorte, não é que tinha chegado da Espanha por aqueles dias um distinto pretendente: um lobo muito bonito, simpático e galanteador que também se sentia solitário, pois seus parentes e amigos estavam longe.
Certa
tarde, se encontraram na floresta, foi amor a primeira vista, então começaram a
namorar. E depois de alguns dias e algumas juras de amor, o casal noivou. Sendo
assim, anunciaram a data do casamento.
A raposa ficou informada desses “agoros” e estava
preocupada. Então, para espantar o mal olhado sabia que deveria casar num dia
de chuva, pois os antigos diziam que traria felicidade, mas num dia de sol a
festa seria melhor, mais bonita, alegre e animada. E assim queria ter as duas
coisas.
O grande dia chegou. A noiva raposa estava
toda faceira, arrumada com véu e grinalda. O noivo lobo, uivando vaidoso,
estava vestido num paletó e usava no peito um cravo vistoso.
Todos da floresta foram convidados. Fizeram uma
festança. Os bichos estavam animados.
Cada
animal convidado trouxe na mão um presente. Apenas um animal não trouxe
presente algum. Inda atentamente olhou o que trouxe cada um. Depois disse:
–
Meu presente não se compara a nenhum! - Esse animal curioso era o leão
imponente, o rei de todos os bichos. Muito altivo e eloquente. Sendo rei, quis
dar à noiva magnífico presente. E, para os bichos olhando, falou com sua voz
altiva:
—
Diga-me cá, comadre raposa, o que quer você que eu lhe dê no dia de seu
casamento... Como você sabe, sou o rei de toda essa bicharada e tenho governo
sobre tudo. Você quer um dia de sol ou um dia de chuva?
E
a raposa toda derretida lhe diz cerimoniosa:
—
É bem verdade, majestade, bem verdade. Quem pode, pode mesmo.
A
comadre raposa, rainha da astúcia, fechou a cara com ar de séria, a modo de
quem está resolvendo algo importante, e assim ficou um pedaço.
O
leão impaciente, soltou um urro:
—
Não ata nem desata?
A
raposa tremeu de medo e respondeu matreira:
—
É que eu estou pensando que o compadre sendo nosso rei tem muito poder, mas
para o presente que quero acredito que o leão esse poder não detém de manobrar
sol e chuva, um poder que só Deus tem. Mas... se tiver, quero sol, mas quero a
chuva também para ninguém se esquecer.
Desacreditando
do poder do leão, a raposa pensava tê-lo pegue numa encruzilhada, mas ele,
vaidoso, respondeu com ar de pouco causo:
—
Tola, como ousa duvidar do rei da bicharada? Pensei que a comadre fosse mais
sagaz. Com isso estou transtornado! Como rei, o meu poder, saiba que é
ilimitado! Por isso, há de ter sol e chuva em seu casamento! Ele será, minha
cara, inesquecível evento. Palavra de rei não volta atrás, esse é meu
juramento!
E
para o espanto de todos, naquele formoso dia, de repente a natureza resolveu
intrigar e deu para os noivos um presente inesperado: sol e chuva! Começou a
cair bem na hora da cerimônia uma suave
neblina e o sol continuou firme e forte brilhando no céu. A chuva caindo limpa e
fresquinha. O Sol, nosso astro rei, radiante e majestoso iluminava o altar. Um
arco-íris coloriu o céu. Era dia de comemorar.
Daquele
dia em diante, pra ninguém mais se esquecer, raposa quando se casa, a chuva se
une ao sol. Falam alguns que é quando, ao altar, sobe espanhol.
Os
mais velhos é quem contam, a gente vai repassando e a lenda perdurando.
Mas esta lenda chama a atenção para um fato
curioso: a pouca duração do fenômeno. Chuva com sol dura pouco tempo, assim
como se espera do casamento de uma raposa com o lobo...“Sol e chuva, casamento de viúva.
Chuva e sol, casamento de
espanhol”.
Vejam outras atividades realizadas:
A professora Rosi contou para as crianças
a lenda do Saci.
Depois as crianças fizeram o saci e colocaram na árvore da floresta.
Outras lendas foram contadas através de livros e videos.
Pintura coletiva com rolinho de esponja e guache |
Lenda do "Boto Cor de Rosa".
Caracterização das crianças com tipos regionais, mitos folclóricos,... para visitar as outras turmas:
Saci - Miguel |
Passista do frevo - Marina |
Brincante do carnaval - Ester |
Os caipiras - Bia e Bruno |
Vaqueiro - Isaque |
Baiana - Lara Sophia |
Gaúcho - Lucas Sena |
Infantil 1, construindo o bumba meu boi |
Fantoche do bumba meu boi |
Trabalhinho do Saci |
Pintura da Iara |