quarta-feira, 1 de novembro de 2017

A SOPA DE PEDRA


Dia 22/08/17 fizemos a dramatização da conhecida história "A Sopa de Pedra" e apresentamos para divertir as crianças.
Veja quem foram os persnagens:
Narrador - Professora Jamille
Matuto 1 - Professora Ana Lice
Matuto 2 - Professora Gabriela
Pedro Malasarte - Coordenadora Suely
A velha - Professora Rosilane






A  SOPA  DE  PEDRA
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Histórias de Pedro Malasarte

                                                                                     (Texto encontrado na internet)


Narrador: Pedro Malasarte era um cara danado de esperto. Ele gostava de pregar peças em pessoas miseráveis. Um dia ele estava sentado numa mercearia e ouviu a conversa de dois matutos.


Matuto 1: - Cumpade, aquela velha que mora sozinha num sítio pros lados do rio é muito miserável! Dizem que ela não dá comida nem pros cachorros que guardam a casa dela!
Matuto 2: - Eu sei cumpade, ela é unha-de-fome! Eu fui na casa dela uma vez, quando chegou a hora do almoço, ela contou os grãos de feijão que colocou no prato.
Matuto 1: - Eta velha pão-duro! Dali não sai nada. Ela não dá nada a ninguém. Não dá nem bom-dia!
Narrador: O Pedro Malasarte ouvindo. Ouvindo e matutando. Daí a pouco entrou na conversa:


Malasarte: - Ei, vocês dois querem apostar que pra mim ela vai dar de um tudo do bom e do melhor, e de boa vontade?
Matuto 1: - Tu tá é doido! Aquela velha avarenta não dá nem risada!
Malasarte: - Pois aposto que pra mim ela vai dar. Eu não gosto de gente egoísta e vou pregar uma peça nessa velha só pra ela aprender. O que vocês apostam?
Matuto 2: - Oia moço, eu tenho certeza que o senhor vai perder! Aquela velha não abre a mão nem pra dá tchau! Mas como o senhor quer apostar, se conseguir alguma coisa daquela velha, vá lá na minha casa que eu lhe dou duas galinhas do meu galinheiro.
Matuto 1: Vai perder seu tempo! Mas se ocê conseguir, também vá na minha casa que eu lhe dou um porquinho lá do meu curral.


Narrador: E Pedro Malasarte, muito matreiro, já tinha bolado um plano na cabeça. Pegou uma panela e se mandou pra casa da velha. Era meio longe, mas pra ganhar a aposta o Malasarte não tinha preguiça. Ao chegar perto da casa, percebeu que a porta estava aberta e deu pra ver que a velha estava lá dentro, então pegou dois tijolos, uns gravetos, acendeu o fogo, colocou a panela em cima cheia de água e ficou abanando o fogo e cantarolando. A velha, lá da casa, começou a espiar. Até que ela não conseguiu mais se segurar de curiosidade, saiu e perguntou:


Velha: - Uai! O que o senhor está fazendo na minha porteira?
Narrador: Malasarte tirou umas pedrinhas do bolso e disse:
Malasarte: – Boa tarde cumade! Com estas pedras aqui eu faço a sopa mais deliciosa do mundo. O importante é lavar bem, esfregar bem esfregadinho e deixar as pedras bem limpinhas e isso eu já fiz. Mostrou as pedras pra velha e pôs dentro da panela.
Velha: - Sopa de pedra? Essa não, seu moço! Onde já se viu isso?
Malasarte: - Pois garanto que dá uma sopa pra lá de boa.


Narrador: E Malasarte conseguiu despertar o interesse da velha. Ela pensou que podia ser mesmo uma sorte receber a visita daquele viajante. Se ele lhe ensinasse a se alimentar com uma sopa feita de pedra, com certeza ela ia economizar muito daí por diante.
Velha: - Demora muito pra cozinhar? perguntou a velha ainda duvidando.
Malasarte: - Demora um bocadinho.


Velha: - Sopa de pedra! Nunca vi! E dá pra comer?
Malasarte: - Claro, dona! Então eu ia perder tempo à toa?
Narrador: A velha olhava as pedras, olhava pro Pedro. E ele atiçando o fogo, e a panela fervendo. A velha meio incrédula, meio acreditando.


Velha: - Moço, o senhor deixa eu provar nesta sopa?
Malasarte: - Esta é uma receita muito antiga da minha família e eu não gosto de ensinar para ninguém, mas se a senhora me der uma pitadinha de sal, um pouquinho de cebola e alho, eu deixo a senhora provar.
Velha: - Não seja por isso eu tenho e lhe dou.


Narrador: A velha entregou. Malasarte colocou na panela, mexeu, mexeu e deu um pouco pra velha experimentar na colher. Depois disse:
Malasarte: - Não está tão boa porque falta um pedacinho de carne e um pouquinho de macarrão.
Velha: - Não seja por isso eu lhe arranjo. Espera um bocadinho que vou pegar.
Narrador: Trouxe e entregou. Malasarte mexeu a sopa, provou e disse:
Malasarte:- É... até que não está ruim... Só não vai ficar boa mesmo, de verdade, porque não tem um toucinho, umas batatinhas.
Velha: - Não seja por isso – disse ela. – Eu lhe arrumo.

Malasarte: -E um temperinho verde, será que tem? Dá um gostinho especial na sopa...
Velha: - Vá lá, não é por isso que essa sua sopa vai ficar sem gosto.
Narrador: Foi pegar o que Pedro Malasarte pediu e voltou depressa para o lado dele. Estava louca para aprender a fazer aquela sopa.
Velha: - Está “bão”?
Malasarte: - Ficaria mais gostosa se a gente tivesse tomate...
Velha: - Por isso não, eu tenho lá em casa. E foi buscar. 
Narrador: Pedro jogou o ingrediente na panela e deu uma mexida, ele tornou a provar e fez uma cara de quem estava em dúvida.
Velha: - O que foi? – perguntou a mulher.
Malasarte: - Não sei bem. Parece que falta alguma coisa neste caldo. Talvez uma beterraba. A senhora não tem?


Narrador: A velha foi buscar. Pedro botou dentro da panela, deixou cozinhar mais um pouquinho e então respirou fundo:
Malasarte:- Está começando a ficar cheirosa, não acha?
Velha: - É mesmo!
Malasarte: - O problema é que vai ficar meio sem graça assim branquela, sem cor. O gosto está bom, mas fica melhor quando a gente tem um pouco de colorido para enfeitar. Umas folhas de repolho, uma cenourinha,... mas isso não é mesmo muito importante, a senhora não acha? É só aparência...
Narrador: A mulher, louca para aprender a fazer bem direitinho aquela sopa preciosa, foi dizendo:
Velha: - Não seja por isso. Vou ali buscar.
Narrador: Voltou carregada de tudo o que ele pediu. Não perdia nenhuma etapa da preparação daquele prato tão maravilhoso e econômico. A velha já estava com vontade de tomar a sopa, e perguntou:
Velha: - Quando a sopa ficar pronta posso provar um pouco?
Malasarte: - Claro, dona! Malasarte atiçou o fogo, pra sopa cozinhar depressa. Daí a pouco a velha já estava com água na boca!
Velha: - Hum, a sopa tá cheirando gostosa! Será que as pedras já amoleceram?
Narrador: Em vez de responder, Pedro perguntou:
Malasarte: - A senhora não tem uma linguicinha? Ia ficar tão bom! É o toque final! 
Narrador: Lá foi a velha de novo buscar a linguiça. O fogo, esquentando, a água fervendo, a sopa borbulhando e a fome aumentando. Os dois esperavam, sentindo aquele cheiro ótimo. De vez em quando Malasarte provava. E suspirava:
Malasarte: - Hum! Está ficando gostosa...
Velha: - Está mesmo um cheiro delicioso! 
Narrador: Cozinha que cozinha, daí a pouco, ele provou de novo e concluiu:
Malasarte: - Pronto! Agora está perfeita! Uma delícia! É só tomar. Traga dois pratos.

Narrador: A velha trouxe dois pratos fundos.
Malasarte: - Pronto! Uma cumbuca pra mim e outra cumbuca pra você. A gente tira as pedras, e sopra porque a sopa está quente!
Velha: - Ué, moço, tirar as pedras? Ocê não vai comer as pedras?
Malasarte: - Tá doida! Eu lá tenho dente de ferro pra comer pedras. As pedras só servem mesmo para amolecer as mãos de gente “pão duro”!



Narrador: E a velha aprendeu uma bela lição, deu uma gargalhada, viu que tinha merecido, mas tratou de tomar a sopa e guardar a pedra. E Pedro Malasartes ganhou a aposta, foi na casa dos matutos e recebeu os prêmios.

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